Qual corda comprar para rapel? Essa é uma pergunta muito frequente que nós fazem qui no Curso de Rapel. Buscando responder a essa pergunta, primeiramente temos que entender sobre sua estrutura quais suas utilizações.
A corda é uma das mais velhas e versáteis ferramentas de trabalho da espécie humana, com uso documentado, há pelo menos 5.300 anos. Talvez essa seja principal causa para ela já ter se tornado um elemento bastante comum no dia-a-dia. Como todas as ferramentas, a corda passou por uma evolução considerável, tendo hoje uma grande variedade de qualidades e acabamentos.
Cada tipo de corda tem suas características e propriedades únicas, que permitem uma função particular adaptável a uma aplicação específica. As cordas têm procedências distintas e também não são fabricadas da mesma forma. Tantas diferenças exigem que o profissional da área conheça profundamente o material a ser utilizado.
AS CORDAS UTILIZADAS EM ATIVIDADES VERTICAIS PODEM SER DE 2 TIPOS:
1º Estrutura de capas concêntricas –As cordasde capas concêntricas, também chamadas “cabo fresseg”, são muito utilizadas pelo Corpo de Bombeiros. Apresentam uma boa resistência a tração e a abrasão, mas são desaconselháveis por serem pesadas, de difícil manuseio (desconfortáveis) devido a pouca maleabilidade e, quando molhadas, seu peso aumenta demasiadamente.
2º Estruturas de capa e almas –A melhor estrutura para cordas de segurança é a de capa e alma. A Alma é composta por vários feixes de fios e configura a parte interna da corda, responsável pela resistência à tração. A capa é a parte que reveste a alma, mantendo-a ajustada e protegendo a estrutura contra abrasões. A alma pode ser composta por feixes de fios lisos, torcidos ou ainda trançada e a capa é um tubo formado por fios trançados.
AS CORDAS TAMBÉM SÃO CLASSIFICADAS QUANTO ELASTICIDADE, DIÂMETRO E RESISTÊNCIA.
ELASTICIDADE –as cordas podem ser dinâmicas (elásticas 6 a 8%) ou estáticas (pouco elásticas, variando de 1 a 3%).
-Para TÉCNICAS VERTICAIS (Rapel), deve-se usar corda ESTÁTICA, cuja função é servir como via, permitindo que se suba ou desça por ela ou que cargas sejam içadas ou baixadas, como em caso de resgates.
-Na ESCALADA são utilizadas as Cordas DINÂMICAS e não devem ser utilizadas no rapel em função da sua maior elasticidade
DIÂMETRO: Utilizam-se cordas de 9mm a 12mm. Cordas de 9mm devem ser utilizadas somente em duplas devido ao baixo atrito com o parelho de descida se for corda simples.
RESISTÊNCIA: apesar de não ser utilizar uma corda exigindo que suporte sua carga máxima, vejamos as cargas de ruptura das cordas:
| BITOLA | CAPACIDADE | USO |
| 6mm | 600 Kg | Cordins ou Cordeletes |
| 9mm | 1500 Kg | Canionismo (Corda Dupla) |
| 10mm | 2.400 Kg | Técnicas Verticais |
| 11mm | 2.700 Kg | Técnicas Verticais |
| 12mm | 3.200 Kg | Técnicas Verticais |
Obs: Em se tratando de cordas nacionais a resistência cai em aproximadamente 1/3.
CATEGORIAS DE CORDAS:
Existem, basicamente 2 tipos de categorias: as fabricadas à base de fibras naturais e as confeccionadas com fibras artificiais ou sintéticas.
1º Fibra Natural: Não é recomendada para operações que envolvam vidas, uma vez que não oferece nenhuma certificação de órgãos especializados e/ou reconhecidos oficialmente. Esta fibra, de origem vegetal está sujeita à rápida deterioração, ou seja, é dotada de vida útil relativamente curta.
Quando exposta à chuva e ao sol, pode perder até 50% de sua força de tensão. O material tem mais facilidade para adquirir mofo, e com isso, apodrece mais facilmente. Não recomendamos a utilização dessas cordas em operação técnica. Ex: Cânhamo, Algodão, Fibras de Coco, Linho e Sisal. As mais comuns e baratas são a de Sisal.
2º Fibra Artificial ou Sintética: Foi desenvolvida em 1930, quando os cientistas da DuPont descobriram os polímeros sintéticos que fariam filamentos.
As propriedades e aplicações da fibra sintética utilizada nas cordas diferem em vários aspectos. Vamos, então, conhecer rapidamente os tipos de cordas sintéticas:
TIPOS FUNDAMENTAIS DE CORDA:
Cordas estáticas: Uma corda estática está desenhada para operações especialmente de ancoragem e sistemas complexos, sendo similares a um cabo de aço. Entre elas temos Dyneema e Kevler.
Cordas semi-estáticas: Uma corda estática Kernmantle se estira, aproximadamente, 2 % a 5% com uma carga laboral normal e num choque severo de carga pode estirar até 20%, chegando próximo de sua ruptura. A corda estática não tem capacidade suficiente para dissipar grandes forças, por isso o praticante deve estar sempre abaixo do ponto de ancoragem. A corda é estática quando tem a aparência monocromática, ou seja, tem a predominância de uma única cor.
Tipos de corda semi-estática: Tipo A -Superior a 10 mm de diâmetro; Tipo B –entre 9 e 10 mm de diâmetro e Tipo L –De 8 mm ou 8,5 mm de diâmetro. Homologada na França e somente para especialistas (Brasil).
Cordas dinâmicas (elásticas): São bastante usadas pelos escaladores e estão destinadas especificamente para dissipar a energia de caída. Em uma carga laboral normal possuem elasticidade de 7% a 10%. Quando submetidas à carga de choque, se alongam de 40% a 60%. Por regra, a corda dinâmica é usada em qualquer situação onde o ponto de ancoragem encontra-se abaixo do praticante. Este recurso, contudo, não pode sofrer abusos.
A corda dinâmica é policromática, ou seja,a não há predominância de uma única cor, sendo encontrada também como o fundo da capa na cor preta. A maioria dos cordins de corda é construída em cordas dinâmicas, sendo este utilizado na sua grande maioria como nó blocante [Nó Prusik, Marchald, Bachaman, entre outros].
Concluirmos então que é respondendo a pergunta:
Qual corda comprar para rapel?
A CORDA SEMI-ESTATICA COM ESTRUTURA DE CAPA E ALMA DE 10 A 12 MM.
